segunda-feira, julho 25, 2011

Ingratidão Senil



(por Ernani Ferreira)

Quando a luz do luar resolveu iluminar,
Partiu o pobre plebeu, sem ter onde ficar,
Enfrentou frio, avistou o mar,
Correu por dunas, até o despertar
Resolveu continuar...

Atravessou montanhas, descobriu novos horizontes,
Bebeu água, contemplou os montes
Seguiu sem medo, caçou seu sustento,
Dormiu ao relento, se protegeu do vento
Acordou sem lamentar

Aspirou a brisa, encarou o amanhecer
Aflorou os sentidos, procurava vencer,
Trocou as vestimentas, gostava de viver
Teve novas experiências
Como tinha de ser

Cansado de andar, resolveu trabalhar,
Com uma linda mulher, decidiu amigar
Continuou sua busca, em um novo lugar
Onde então, determinou em alojar
Já tinha onde morar...

Procriou e amou seus herdeiros
Tratou e protegeu seus lindos viveiros
Doou e corroeu os pobres terreiros
Tornou-se um grande guerreiro
Suspirou sem bocejar...

Em um novo despertar, já estava a acomodar
Durante os dias, ficava a vagar
Sem ter como ir, optava em ficar
Sempre a aguardar, no mesmo lugar
Enterrou seu bem mais precioso

Acumulou derrotas, perdeu o gosto de viver
Sem pouco mexer, acostumou a gemer
Desamparado no lar, só restava entregar
Sem conversar, destinou a mendigar
Triste fim do plebeu



Um comentário:

Michele Peixoto disse...

Fino! Ernani Ferreira me impressionou. D+!