quarta-feira, junho 20, 2012

Por um sol


Gosto do inverno, mas aprecio mesmo o calor que é possível encontrar no frio. Para se esconder debaixo das cobertas sem precisar levantar. O aconchego é a melhor instância de uma tramitação, não é fácil chegar lá. O ímpeto é recolher os olhos e deixar os sonhos virem. Acontece que pesadelos não têm hora de atingir. É uma corrida entre o bem e o mal. Já admirei a lua, hoje tenho pânico das madrugadas. São instantes de trevas. A cada momento me rendo à crueldade que se apresenta no espetáculo da comunhão. Da representação. Aquilo que traz a condenação. Quase um pedido de vida em restrição. A felicidade é uma miragem contida de fumaça, não deixa rastros de leitura. É preciso enfrentar a desordem dos receios. Interpretar a língua dos anjos com o coração. Às vezes tenho dúvida desse tal coração. Tambor de ruídos. Penso se é mesmo ele tudo que traduz a alma, se é a maior observância da vida. Outras vezes busco entender se o coração tem cabeça. Chifres. Se ele é pecador! Como pode um coração que bate estacionar nos erros? O que são erros??? São conflitos históricos guardados no social DNA?! Pode ser! Não careço de limites, mas eles são importantes. Fico perdida no labirinto de mim. Sentir os sentidos é deixar que as circunstâncias dancem em nós, sem algemas. Gostaria de um remoto controle para coordenar o que a gente é capaz de causar em outros. Algo capaz de revogar a culpa. Não sei encurtar estradas. Então engulo os soluços de erros. Tento vigiar todos os passos para não peregrinar o caminho. Acabo olhando pro chão e não enxergo adiante. Mas são momentos, ainda bem! Há também os instantes de deslumbrar o horizonte. Esses são os sagrados segundos da verdadeira comunhão. Nesses intervalos que fico feliz e me apego. Ali é a minha aliteração; de dias, idas, vindas, vidas... Sem nunca despedidas. Por isso tenho muito medo da escuridão. Por isso choro. Por tudo isso eu desconfio. Mas ainda bem que o tempo passa. Graças a Deus a lua vai embora. Por agora não sei contar estrelas. E são por todos os astros que hoje sou amante do sol.

quinta-feira, novembro 10, 2011

Mudanças

Não adianta, há pausas em nossa vida que é preciso se esconder no escuro. Descobrir a venda com o interior, pra abrir espaço aos novos hábitos e criar mudanças. Pra mim mudança é sinônimo de evolução. Não deixo de ser quem sou, mas passo a fazer escolhas concretas e seletivas. Personifico o caráter. É isso! Alinhavando os pontos de ontem sem remendas para o agora. Quando o escuro chega, o melhor sempre é não ter medo. É preciso enfrentar tudo que incomoda, sair da zona de conforto, ficar quieta e em silêncio. Só rastreando com os sentidos os novos focos de luz. E quando a luz chega, já era! A mudança com certeza vai fazer o hábito. Mas, e o hábito?! O hábito? Esse aí é fiel demais, nunca vai perder o hábito de aguardar um novo escuro chegar, pra tudo recomeçar, nem que seja só mais uma vez...

segunda-feira, julho 25, 2011

Ingratidão Senil



(por Ernani Ferreira)

Quando a luz do luar resolveu iluminar,
Partiu o pobre plebeu, sem ter onde ficar,
Enfrentou frio, avistou o mar,
Correu por dunas, até o despertar
Resolveu continuar...

Atravessou montanhas, descobriu novos horizontes,
Bebeu água, contemplou os montes
Seguiu sem medo, caçou seu sustento,
Dormiu ao relento, se protegeu do vento
Acordou sem lamentar

Aspirou a brisa, encarou o amanhecer
Aflorou os sentidos, procurava vencer,
Trocou as vestimentas, gostava de viver
Teve novas experiências
Como tinha de ser

Cansado de andar, resolveu trabalhar,
Com uma linda mulher, decidiu amigar
Continuou sua busca, em um novo lugar
Onde então, determinou em alojar
Já tinha onde morar...

Procriou e amou seus herdeiros
Tratou e protegeu seus lindos viveiros
Doou e corroeu os pobres terreiros
Tornou-se um grande guerreiro
Suspirou sem bocejar...

Em um novo despertar, já estava a acomodar
Durante os dias, ficava a vagar
Sem ter como ir, optava em ficar
Sempre a aguardar, no mesmo lugar
Enterrou seu bem mais precioso

Acumulou derrotas, perdeu o gosto de viver
Sem pouco mexer, acostumou a gemer
Desamparado no lar, só restava entregar
Sem conversar, destinou a mendigar
Triste fim do plebeu



quinta-feira, julho 14, 2011

Achado e Perdido

Perdi no inverso, a propósito do que sinto... Logo segue um verso, a respeito do que vivo...  Resposta ao que não sou, por tudo que vi, e de quem tudo é:
 

Pelos versos arrepio

Rodopio em linha reta

Quando encontro o acaso

Reconheço meu descaso


E se um dia, não sei quando

Que portanto eu me perder

Há milagres, nesse caso

Então aguarde o amanhecer



Fico simesmada, sozinha

A pensar em quem não vi

Enquanto vou  perdida

Volto inteira, achada, em mim...

quinta-feira, maio 26, 2011

Continuo a errar poemas, mesmo sem acerto. Apenas pros meus desenganos...

Ainda há luz!


Meu sentimento mesquinho
Já dorme na gaveta velha
Como um poema pobre
Daquele rascunho amarelo
E o pensamento nobre
Esse, coitado, mendiga
Mas fala em prosa é pior
Quando pensa crítica
É glosa censura triste
Toda e quanta técnica
Pra viver de estética
E escrever certinho
Os erros que persistem

quinta-feira, fevereiro 17, 2011

Tantas horas
Quantos minutos
Enquanto os segundos
Fazem mil voltas...
Tantas voltas
Quanto absurdo
Enquanto os insultos
Fazem revoltas...
Tantas revoltas
Quantos intuitos
Enquanto os incultos
Fazem histórias...

segunda-feira, fevereiro 14, 2011

‎"Decifra-me ou devoro-te"




Aceite, o eleitorado nunca desiste
Se Estrepe, a política há tempo insiste
Cuidado, a propaganda sempre persiste
Sorte, sorte! A revolução ainda resiste...

quinta-feira, dezembro 23, 2010

Todos passarão. Eu passarinho!


Em 84 tive medo do mundo. E vinguei.
Em 85 tive medo de dente. E mordi.
Em 86 tive medo de falar. E falei.
Em 87 tive medo de cair. E levantei
Em 88 tive medo de escuro. E dormi.
Em 89 não tive tanto medo.
Em 90 tive medo de irmã. E ganhei.
Em 91, 92 não tive tanto medo.
Em 93 tive medo de perder minha avó. E perdi.
Em 94 tive medo do Brasil. E deu gol.
Em 95 não tive tanto medo.
Em 96 tive medo de dançar. E errei.
Em 97 não tive tanto medo.
Em 98 tive medo de não conseguir. E consegui.
Em 99 tive medo da virada do século. E virou.
Em 2000 tive medo da virada do milênio. E virou.
Em 2001 tive medo da maior idade. E conheci.
Em 2002 tive medo de me perder. E encontrei.
Em 2003 tive medo de viver sem meu pai. E fiquei.
Em 2004 tive medo de morrer. E vivi.
Em 2005 tive medo de ficar louca. E fiquei.
Em 2006 tive medo de ouvir música. E ouvi.
Em 2007 tive medo de publicar livro. E deixei.
Em 2008 tive medo de ser cética. E achei.
Em 2009 tive medo de ser eu. E fui.
Em 2010 tive medo do seguro. E estive.
Em 2011 tenho medo de ficar milionária. E serei!!!!

hahahahaha!!!!

Desejos a todos um feliz natal. E um ano novo repleto de sonhos a serem realizados -  bem modestos como os meus!!!!!

segunda-feira, dezembro 06, 2010

Diálogo [ou silêncio] de mim.

Imagem: Magritte
Estou chegando
Será que posso?
Sou capaz?
Vou descobrir
Isso não interessa
Posso parar?
O pensamento é retrógrado
Uma convocação diária
Às vezes
Sem convicção
Não posso parar...
Qual o caminho?
A vida é um ciclo
Meu, meu e meu...
Por essas e outra retas
Se ainda tivesse asas!
Com os pés no chão
Sigo à espreita
Cabeça no ar
Perco a divisão
Não quero ter proposta
Resposta de miragem
Eu não sou você
Salto tantas medidas
Fujo dessa loucura
Não sou geléia-geral
Da razão e tudo mais
Qual a sequência?
Recita logo
Poema é manifesto?
Como? Quando? Onde?
Não acredito em revolução
Balela, carocha... solidão
O poder da linguagem
É um tanto faz de cada um
Poder singular
Uma vontade e um relapso
Até quando sou só
Pensar no pensamento
Indigno de construção
Constituição pessoal
Um mendigar do outro
Viver universal
Aposta, resposta
Inter-ação
Para uma ética universal
E a moral de cada um?
Quero uma ilha
Aqui não tem mar
Sem rio e interlocução
Vou ser paródia
Gradação ou clímax
Subo e desço
Repito a mim e pronto
Perdi a paciência
A calma é uma vilã
Penso, paro, penso
Peso sobre a balança
Nada tenho sentido
Mas tudo é sentido
Quando há
Não conheci Bakhtin
Acho que vivi antes dele
Quem sabe fui um dedo?
Só pra ter diálogo
Hoje sou quase um botão
Falo pelas brechas
Do meu interior costurado
Fecho e abro
Preciso de sapiência
Não sou culta
Discernir coisas e tais
Não gosto de regra
Diferença de tanto faz
Não sou certa
Por essas e outras coisas
Não sou, assim, tão capaz...

quinta-feira, dezembro 02, 2010

O ser mulher.


Mulheres são jardins das estações

Belezas embevecidas no espaço

São pétalas e espinhos, rosas e vinhos

Loucas, santas, agudas e graves

Mulheres são segredos trancados

Forradas por percepções íntimas

Expressadas em revelação única

Mulheres vestidas de rosas

Fazem os olhos corarem de tons

Mulheres revestidas de vinho

Fazem os olhos chorarem de dons

As rosas são escudos dos céus

Guardam a sensação de um paladar

Assim também são as mulheres

Aromas de retratos ímpios

Pecados em sabor de essência

Mulheres são reflexos sóbrios

De sentimentos sem forma

Ultrajada em um estilo de curvas

Por todos esses conhecidos líricos

Existem tantas mulheres lúdicas


(esse poema foi uma homenagem para a coleção outono/inverno 2011 - Chicletes com Guaraná. Rosas e Vinhos foi o tema).

quinta-feira, novembro 25, 2010



naquele instante [...] senti.

agora, ainda ] [ sinto.

mesmo fora do ar...

domingo, setembro 26, 2010

...



na ausência da sombra ou da luz que não nasce, fica sempre um vazio danado, absurdo que arde. agora quero calar, silenciar meu hálito de pangu, ouvir o que alguém quer cantar. a lua chega mansa. vou ficar aqui, nesse relento tonto, à espreita do que não vem. quem sabe agora! quem sabe o que penso? nem meu sono sabe a hora que o sonho vem. estou indo, sempre assim, a cada noite uma nova manhã. a gente que fica chega além. hoje é domingo. a primavera começou. e essa noite voltou a chover...


quarta-feira, agosto 04, 2010

Intervalo

Não assuste quando os instantes da poesia pedirem pausa. Poetas têm o dom de sinalizar o tempo e segurar intervalos nas mãos!

terça-feira, agosto 03, 2010

Por toda estação eu viajo
Por toda direção eu sigo
Por toda audição eu grito
Por toda exceção eu saio
Por toda vocação eu crio
Por toda ambição eu viro
Por toda isenção eu calo
Por toda rotação eu giro
Por toda indução eu penso
Por toda sedução eu caio
Por toda criação eu traço
Por toda ligação eu miro
Por toda coleção eu guardo
Por toda redação eu risco
Por toda duração eu fico
Por toda posição eu mudo

Por todo coração eu vivo

quarta-feira, julho 28, 2010

Pra esses que acreditam: a estrada é o melhor roteiro da viagem...

Por que não?

Não - ao limite!

Não porque a luta faz parte do sonho

Sou o traço do subterfúgio

Tenho um legado aceso

De inventar, sumir e ser

Ser nada quando tudo cansar

Ou ser seta sem direção

Uma face desdobrada

Porque a batalha é louca e sem rumo

Numa face infantil tão madura

Impura? Por infiltrar poros?

O sentimento tem dessas coisas

Ou por amar o medo de ser piegas?

Qual o problema de ser rude?

De escrever poemas duros?

Isso nem aquilo tem a ver com pureza

Sedução é um mero detalhe

Os detalhes machucam

Mas são detalhes,

Eu não sou ninguém

Mas vivo nesse tempo acelerado

Sou praticamente um monte de pontos

E há pontos que não têm exclamação

Outros interrogam

Os seus finalizam a história

Os meus desconhecem o final ...

quinta-feira, julho 08, 2010

Molde de vida
Corte
Símbolo de sombra
Sorte
Sobra de esgrima
Morte

quarta-feira, maio 26, 2010

Este texto da Estrela merece mais que um post, repostem aí... é pra pensar...

arte. blog http://leminiskata.blogspot.com/

Engraçado pensar em consumo de arte hoje em dia. A gente via novela e agora vê bbb. Antes lia livro e agora lê blog. Lia a biografia da billie holiday e agora comenta a da bruna surfistinha. Antes fazia visita pra vizinha e agora sabe 140 caracteres diários da vida de alguns amigos e desconhecidos. Colecionava discos clássicos e camiseta da banda favorita e agora tem uma lista de favoritos do my space e só conhece o início de três músicas de cada um. É a estética das pequenezas cotidianas. (Estrela L.)

segunda-feira, maio 10, 2010

As coisas, parte I

Antes do mundo ser, lá longe no vácuo dissipado já existia uma vocação para os significados. Rodopiava solto um sorriso tímido que se transfigurava de grito. Dançava e cantava no espaço sem se dar conta do limite. Era metade robusta de homem com pedaço delicado de mulher. A falta das coisas ansiava a necessidade pela descoberta, como se soubesse que logo adiante existiria sentido praquilo tudo. Tinha paz por saber. Sabido que depois dos minutos passados só poderia ter experiência pelo tempo. O tempo era um amigo fiel. O ato se fazia corpo e a presença de luz dava contorno a tudo, ele - o sorriso estérico, sabia codificar risco por risco e a arranhadura era uma pequena sensação. Potência refletida. S-e-n-s-a-ç-ã-o! Após uma, o vasculhar de cada duas e a busca constante pelo estado múltiplo: sentir, absorver, mirar, compreender e dar significado pro que era treco, isso, isso, isso, aquilo ou outro, coisa e tal, troço, palavras, corpo, caras, tapas, sons... abrir a bola do mundo com as mãos, cavar o miolo, tirar a massa da massa, cheirar, engolir, degolar, tirar mais massa, vomitar, sangrar, tirar mais massa. S-e-n-s-a-ç-ã-o! Quando tudo estava na borda o sol era claro, as coisas davam vontade e a curiosidade era a própria vida. Depois da borda, o sorriso ficou amarelo, o grito engasgado, o sol não chegava, a massa era crua e a descoberta (...) só uma necessidade dura...

terça-feira, maio 04, 2010

Sobre qualquer poesia

Às vezes
Odeio a poesia
Porque sei dos parâmetros da estética
E não suporto parar no limite da razão
Às vezes
Finjo que sei fazer poesia
Outras, até discuto alguns conceitos
E compreendo o gosto crítico
Às vezes
Eu traio a poesia
Como a mim mesma
sem crédulo algum
Às vezes
A poesia me transfigura na rasura
E gosto disso
De materializar qualquer pira
Às vezes
Me permito à adoração
E adoro esquecer processos
dos mais criativos, ordinários e imbecis
Às vezes
Eu não quero ser eu
E tenho vontade de burlar minha história
De todo dia...
Às vezes
Gosto de escrever poesia
Das muitas vezes não escrevo
Mas topo com situações que se eu pensar muito, escrevo.


terça-feira, abril 27, 2010


É preciso ter tato quando faltar punho

E sentir

É preciso ter íris quando faltar pálpebras

E sentir

É preciso ter dedos quando faltar palavras

E sentir

É preciso ter breu quando faltar fôlego

E sentir

É preciso ter coragem quando faltar tino

E sentir

É preciso ter horizonte quando faltar partido

E sentir

É preciso ter sobra quando faltar sentido

E sentir

sexta-feira, abril 16, 2010

Há minutos em que os segundos não esperam
E as horas usam seus intervalos de castidade

Com o entusiasmo de viver a agonia dos amantes

Decerto, que os ponteiros são levados e sacais

Há histórias que se fazem não para serem histórias

Mas se terem com o esconderijo dos prazeres

Como dos berros silenciosos e bandidos. No escuro!

O medo do absurdo é a oportunidade da descoberta

Há tempo em que o limite deve pedir elasticidade

Para desgastar as idéias e ganhar o desconhecido

Trocar mansões por miúdos. Sem culpa do tamanho

Ou se culpar por erros bem vividos. Faz parte!

Há dúvidas que não podem ter respostas

Se as tivessem não ganharíamos conhecimento

A coragem é a base ousada de quem tenta

Como abrir uma cortina de sol com chuva

[Há conquista que não é absurdamente nada

Perto das perdas patéticas... sempre poéticas...]

quarta-feira, abril 07, 2010

Refletindo pelos cantos...

Fico pensando, com algum pessimismo, é claro, que em cada dia a visão social encontra-se míope, ao ponto de nos comportarmos como se fossemos ilustrações projetas de um passado onde as expressões de cortes e prestígios tivessem ainda sentidos, que o tempo fosse extenso como antes, esquecendo a cada segundo que diminuímos nossos espaços pela vontade ardida de entender a virtualidade mais que nossos plebeus sentimentos da carne. E fico aqui, querendo entender quanto sentimento vazio em letras estão sendo distribuídos por esse mundo sem fronteiras, quantas saudades frias de: te adoro´s e te amo´s, sem nenhuma cerimônia. Ainda assim, penso bastante que toda essa vontade reprimida de buscar lá fora uma herança de nós mesmos, maquiando a satisfação de viver nesse mundo inanimado, é apenas um sinal de que vivemos em uma tribo moderna como se pertencêssemos à ela.

sábado, abril 03, 2010

As vistas estão pesadas

As palavras caem frouxas

O mundo está perturbado

Fico lá fora

Tentada aos feitos

São milhares de pontos

Amarrados nos ventos

Cato os desejos pelas quinas

O presente é direção torta

Uma linha de surpresa quebrada

Versos possíveis na contramão

Rouba página vazia

Coisas desse tipo

E tal

Sem desses lances prometidos

Retidos e abstratos

Amanhã é longe demais

Para as almas intensas

São densas no vácuo da vida

Veem e dissipam coragem

Quando a velocidade devora

E a largada passa, vira fumaça,

Em troca do acaso

Acontecimentos, mais ou menos,

Sempre mais, mesmo menos,

Tantos tipos de tantas coisas

As coisas...

Fracasso é não dizer: sim!

É preciso perder a culpa

Sim, é preciso sentir

Sim, é preciso despir

Sim, é preciso sumir

Até mesmo quando

O fracasso não souber mais

Que ao menos tudo pode ir.

segunda-feira, março 01, 2010

mesmo que

meu reflexo

vire página

de palavras

brancas


ou canção

sem forma


sigo em frente

equilibrando

na corda bamba


de sentenças

soltas

e sílaba

atadas