terça-feira, maio 23, 2006

Tripe





Não sei se você é assim. Mas eu não consigo me definir. Apenas sinto. Não me defina. Se tentar definir, terá também que explicar qual é o tripé que sustenta relação. Se não consegue fazer isso, também não tente me entender.
Junte todos os ingredientes para viver ao lado de alguém, imagine (só imagine mesmo) que não há nada terrorista durante o tempo que estiver lado a lado. Imagine (só imagine mesmo) que a harmonia é perfeita, que não existe ciúmes por você ser gente só diante dos olhos dele e vice e versa. Que você ama os defeitos (e nem tem defeitos), tudo é perfeito. Mas longe disso, nada é perfeito.
Esse tripé que deixa a relação na parada-céu, bem lá no alto tem de estar firme. Segurança, afinidade e sensualidade, pronto. Mas não tente definir. Se conseguir sentir, sinta e rebole, mas não pode deixar o tripé mancar. Sem chances de dosar, por isso grito, não sou perfeita. Sou um erro que ainda tem a cara de pau de assumir, caminho em busca de ser uma certa (adorooo acreditar nessas coisas).
E é com toda segurança do mundo que rebolo pra ficar em pé. A gente precisa acreditar com afeto, carinho e atento. A segurança precisa ter liberdade, voar e dormir com você no travesseiro. Mas essa segurança segura nas mãos dos afins?
Não. Segura nas mãos de quem consegue ter afinidade. Isso também inclui o desejo, a curiosidade de achar um pouquinho de você ali. Em outro mundo. Em outro coração. A afinidade guarda a carência do outro para ser acolhido. É um passaporte para entrada na outra vida. O afeto é pedra rígida que não acaba. E a segurança aliada à afinidade, chama e proclama a sensualidade. É o desejo de se consumir no suor. Na língua. Na tênue sensação de amar. O prazer é a imensa sensação de estar. E nesse tripé difiícil de entender. Estou nele.
Busco a segurança. Encontro afinidade. Me entrego, e sou total sensualidade. Me junto nisso. Fico em pé. Sem mancar. Não tente me entender. Eu ando. Sinto. Estou rebolando.


Quero ser tripé!!!!!!!!!

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