terça-feira, setembro 18, 2007

Pessoas alimentos

Compreensão. Como ela. Que caminha e percorre para chegar. Como os pés que carregam a vida. Compreensão que abastece os olhos e retira deles a coragem para fitar o mundo. Primeiro paro como se parada estivesse em movimento, depois corro como se num vulto encontrasse o destino de minha pressa, em seguida, caminho. Logo, levito. Não desisto, circulo e vejo tudo além do muro. Caminho no improviso, caminho no imprevisto e caminho em cima da vista que às vezes é cega, mas não peca. Eu não peco. Não acredito nem em pecados. Quero ir, aproximar alguma estação, para quando percebê-la, não ir mais. Parar, para depois correr. Correr, e depois suspirar. Porque o ponto de chegada é sempre escondido como o de partida. É preciso ser o improviso. Pontos são pontos prontos para formar linhas, círculos ou contrapontos. É preciso quebrar protocolos. Mudar o destino. E vou, um dedo na frente e os cabelos contra o vento, levito é sob o tempo, vou. Vôo. Em cada intervalo avisto pessoas. Pessoas com preço que estampam a roupa. Pessoas sem preço que estampam o corpo. Pessoas sem roupas. Pessoas-roupas. E sempre que me perco, procuro AS pessoas que são PESSOAS. As pessoas alimentos. Que alimentam e saciam a fome de minha alma. De minha fome de solidão. Estas, só eu sei a estrada para chegar à morada. Não tenho nenhum medo, já dizia antes. Medo? Para quem não sabe Viver. Mas medos, eu não tenho. Nem de ser contraditória. E meu maior medo é de um dia ir visitar AS pessoas e lá, nada mais encontrar.

3 comentários:

Anônimo disse...

saiba que sempre vou esperar sua visita.
e espero que quando ela chegar me encontre o mesmo, e ao mesmo tempo, diferente o suficiente pra que não se arrependa e ainda se surpreenda.
espero também nunca te perder de vista.

Anônimo disse...

e, alimentados de (em) nós, desatados os nós do limbo, teremos um dia lindo de sol.

mary disse...

e você é alimento pra minha a minha alma, acalma meu coração que com medo de errar se esconde em vergonhas,
"pegando na minha razão" me fez despir em poesia. ambrosia, é isso que você é.

;-)