terça-feira, janeiro 08, 2008

Desabafo de uma publici(o)tária



Embora eu viva num mundo dotado de criatividade revestido nas mais belas criações. Mundo cheio de formas e recheios. Sei que a fumaça nos dias modernos voa mais cinza nos céus que na antiguidade. Que as verdades são tão mentiras quanto os destinos delas. É difícil fazer promessas em ambientes caóticos. Quando se olha para o céu a nuvem é de um jeito e, basta pestanejar a fitá-la novamente que verá outra forma se absolvendo e concretizando sucessivamente. A desordem que infla egos, a misantropia virando ordem da nação. A virtualidade como principal serviço de fetiche. E o movimento tão acelerado que não dá tempo para o tempo avaliar/aliviar a vertigem desse curto-circuito cultural, abismal, infernal. Somos empregados dessa estação. Enquanto houver ar vamos respirar. Essa é a nossa obrigação? Por favor, traga logo um deus terreno e me devolva uma contra resposta, isso aí está certo? Eu que sempre agradeci não sei a quem, da comida que engulo até os dejetos que extermino. Eu que sempre admirei o mar, o céu e a cor verde do verde. Percebo que não sou lá tão agradecida assim. “Tomo o mundo feito coca-cola” e o egoísmo é total meu. Esse meu ser hedonista que quer mesmo sombra e água fresca, ainda trabalha e trabalha pra poluir as visões, os ouvidos e qualquer sentido que essa minha laia queira inventar – e inventam! Com uma publicidade mistificada e domada pela reciclagem dos gurus, papas, monges do invencível marketing – seja guerrilha ou das doenças virilizadas. Eu que amo a vida faço dela apenas uma ida? Não. Quero que minhas palavras tomem rumo de várias rotas e que não esteja em gôndolas para pessoas sem alma. Quero envolver meus versos nos corações aflitos e refeitos. Sou a chave da minha estrada e caminho rente a minha honestidade. Crucifique-me meus chefes. Engula-me o mercado. Sou o valor que não desejo em revistas nem outdoors. Sou o valor que a natureza me permite. Sem manual nem bíblia. Salve-me logo quem puder!


7 comentários:

Helena de Oliveira disse...

Acho incrível como você diz a verdade e não dá tempo para pausas.Suas palavras vão fluindo de acordo que o rumor da tua alma sente.E eu, páro. Leio uma, duas, três vezes. Os olhos até doem.Coisa linda, Dani!


*Estou com um blogue novo aqui no blogspot. Sempre estarei aqui aprendendo com você, beijo doce, flor.

graça martins disse...

Danielle,
o meu nome é Graça e sou de Portugal e também sou míupe:-)
Quero-lhe desejar um 2008 feliz assim...
olhos sobre olhares que inspiram.
Parabéns pelo blog
g

graça martins disse...

...já agora queria dizer que postei um texto com referência ao "minha alma não cabe no meu corpo", espero que não se importe.
Caso não o deseje diga que eu retiro.
Abraços de graça

Anônimo disse...

Enquanto não praticar realmente aquilo que escreve você não terá salvação. Enquanto sua vida for uma propaganda do que você não queria ser, ela continuará sendo apenas uma imagem. uma propaganda.
garota.

Anônimo disse...

ALERTA:

O DEUS TERRENO FOI DETECTADO NÃO SER ORIGINAL E POR ISSO DELETADO.

Anônimo disse...

Não adianta apagar a mensagem de Deus. Ele está dentro de você. Sabe tudo o que pensa e sente. Deus é onisciente na tua consciência.

Anônimo disse...

Quando há duas luzes, haverá duas sombras, uma clara e uma escura. A escura é boa, porque é a soma das duas luzes, a sombra clara é uma opção...você tem que escolher uma luz.A luz é uma fera ou um cordeirinho...você escolhe aquele que quer alimentar...minha rainha!!
Não é bom misturar o poeta, com a poesia e o poema. O poema não tem chefes, a poesia não tem lugar nem hora e a poeta...fica enchendo o saco porque precisa de um empreguinho pra ter dinheirinho pra comprar bobagenzinhas para alimentar a vaidade...
Como a vaidade é a pele da alma...vá trabalhar e não me encha o saco. Vamos dormir, amanhã a gente conversa, vira essa bunda pra lá!!!