domingo, abril 13, 2008

A canção


A música que ouvi não é a mesma de ontem. Amanhã... Escutarei instrumentos abafados, timbres suaves, um frisson da hora. Elementos novos, alguns dissolvidos por cordas, outros afobados por sopros. Um toque numa nota nova, nota inventada. Nenhum Mozart, Bach nem Vila dos novos anos descobrirão. Uma nota desmembrada, não há dó, ré, mi que o faça. Nem palavras. Só os ouvidos de fora que interagem os de dentro poderão entender. É barulho de gente. De gente formada por espectros especiais. De gente que não entende, mas sente. Sentir é existir a beleza da criação.

7 comentários:

Jana disse...

E tudo muda o tempo todo.

beijos

Bianca Feijó disse...

...o que gostamos hoje,amanhã poderemos não suportar mais...

E a arte,é assim mesmo, basta sentir!

B.E.I.J.O.S

Dolfo disse...

muito bom isso de que "sentir é a existência da criação"

bjos

Luciana Lyra disse...

Uma música não feita de notas musicais...mas uma música feita de átomos ou de películas da alma? Como diria Clarice Lispector pra onde vai a música depois que ela é executada? Gostei muito do texto!Bjos

Anônimo disse...

A música é excelente para nos fazer sentir. Ou para potencializar o que já sentíamos...

Beijos.

Leonardo Werneck disse...

Muito bom!

beijos

Alê Quites disse...

e,belo!
Você escreve muito bem...nossa!
Beijos*