terça-feira, agosto 21, 2007

Margarida

E ser uma só, Margarida
Tem de dar muda em terra surda
Tem de dar surra em vida muda
E ser uma só, Margarida
Tem de escolher as cores
Entre brancas e amarelas
E tem de escolher
Para se acolher

E ser uma só, Margarida
Há de pertencer ao mundo
E circular nele todo
Caule verde e caule seco
E ser uma só, Margarida
Tem de fincar a raiz em terra
Quando o sol cair
Há de ser arrancada
Na crueldade do sentimento
Será colhida por uma mão
Mas terá saldo bonito
Acredite
Presenteará um coração
E um dia, murchará
Como qualquer sentimento...
E ser uma só, Margarida
É ser

Isso basta ser uma só

Margarida

Um comentário:

Anônimo disse...

oh amarga vida...

de não mais ver minha querida...
não mais cheirar a margarida...
e só lamber minha ferida...

sem deus. sem dor. sem despedida.